Chimbinha e Joelma representam a música popular do Norte que, mesmo considerada brega pela crítica, recebe elogios dos colegas dos Paralamas do Sucesso
|
Joelma Mendes e Cledivan Almeida Farias terão sua vida levada para o cinema. Ambos nasceram no Pará, em 1974. Ela em Almerim, ele em Oieiras. Os dois são ninguém menos que a (poderosa) dupla Joelma e Chimbinha, a alma (brega) da banda Calypso, que começou a carreira no Norte e Nordeste, em 1999, e se tornou conhecida no resto do país nos anos 2000. Só para se ter uma ideia, o DVD de 10 anos de carreira do grupo vendeu 70 mil exemplares e a dupla soma mais 10 milhões de discos vendidos. Já fizeram incursões pelos Estados Unidos, Europa e Angola e hoje são até considerados cult.
A banda tocou ao lado do Paralamas do Sucesso. É elogiada por músicos como Dado Villa-Lobos (ex-Legião Urbana), Bi Ribeiro e João Barone (ambos Paralamas do Sucesso). Recentemente, regravou o sucesso de Leandro e Leonardo Entre tapas e beijos para a série da Rede Globo, e foi fotografada, em grande estilo, com as protagonistas Fernanda Torres e Andréa Beltrão. E a guitarra de Chimbinha é incensada por ninguém menos que antropólogo Hermano Vianna (leia texto no www.overmundo.com.br).
No ano retrasado, Caco Pereira ficou durante seis meses no Pará e se aproximou deles, por meio de Teo Cruz Neto, que trabalha com marketing. “Eram duas pessoas que aparentemente não tinham a menor chance de dar certo. Quero mostrar como se encontraram, como foi a infância deles, as dificuldades.” Então, o que podemos ter é algo semelhante a 2 filhos de Francisco, de Breno Silveira, sobre a vida de Zezé di Carmargo e Luciano? “Se você pensar, a história é um pouco similar sim, tem requintes dramáticos se quisermos usar. Mas a pegada vai ser um pouco diferente, vamos mostrar que eles conseguem se virar de outra forma. Vamos deixar o filme mais colorido, com esse pulsar mais tropical. Só que, claro, a parte dura também vai aparecer”, afirma.
Os atores Burburinhos em torno do elenco já colocaram a atriz Mariana Ximenez e o ator Daniel de Oliveira nos papéis centrais. Caco Pereira diz que não é bem assim. “Daniel já fez Cazuza e ele fazer Chimbinha não seria bom para nós. Iam pensar: ‘O cara está querendo surfar no sucesso do filme de Daniel’. Apesar de adorá-lo e saber que ele faria de maneira sensacional, penso que tem muita gente bacana para o papel.” Nada está definido. “Para decidir, precisamos entender um pouco mais sobre o período da vida que vamos filmar, eles crianças, adolescentes e depois maduros. Vários fatores ainda terão que ser pensados antes de decidirmos.”
Terminadas as pesquisas (a pesquisadora é Irina Neves, do Rio, a produção da Black Maria, de 2 coelhos), será definido quem vai fazer o roteiro. As filmagens estão previstas para janeiro de 2013. Antes disso, Caco Pereira vai filmar a história de Gabriela Leite, da ONG Davida e da Daspu, que já está fechada com a Playarte. Agora, pergunte ao diretor que tipo de música ele gosta e a resposta será: “Música boa.” Mas de quem, de que tipo? “Popular, muito jazz. Tocava piano, parei porque desencanei (risos). Não tenho preconceito, ouço do punk rock cigano à música erudita”. E agora, certamente, muito calipso.
Caco Pereira de Souza, além do projeto com o Calypso, prepara filme sobre a história da prostituta Gabriela Leite, criadora da Daspu |
GONZAGAS
O diretor de 2 filhos de Francisco (campeão da retomada em 2005, com público recorde de 5.319.677 espectadores), Breno Silveira, vai contar mais uma história de dois grandes nomes da MPB, Gonzaguinha (1945-1991) e Gonzagão (1912-1989). O filme deve ficar pronto este ano, quando se celebra o centenário de nascimento do Rei do Baião. Começou a ser rodado em dezembro, no Marco Zero, no Recife, e as filmagens foram retomadas em janeiro, em Exu, Pernambuco, onde Gonzagão nasceu, e no Rio de Janeiro.
O CALIPSO
Para Hermano Vianna, “o marco do nascimento do calipso foi o sucesso Ator principal, lançado por Roberto Villar em 1996. De lá para cá, os discos do novo brega de Belém são produzidos com maior cuidado, as guitarras são dobradas e o ritmo se acelerou. Algumas pessoas se destacam no meio da profusão amazônica de novas estrelas.”
Fonte:Divirta-se
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente nossas postagens,assim você nos ajuda a melhorar o nosso conteúdo.