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sábado, 10 de dezembro de 2011

PA: indecisos, tecnobrega e protesto marcam véspera do plebiscito


Na capital Belém, que concentra os pró-não, cidadãos aproveitaram o último dia de campanha e tomaram as ruas em passeata. Foto: Tamara Saré/Futura Press
Na capital Belém, que concentra os pró-não, cidadãos aproveitaram o último dia de campanha e tomaram as ruas em passeata
Foto: Tamara Saré/Futura Press
GUSTAVO AZEVEDO
Direto de Belém
Aos 65 anos, o taxista Antenor Souza circulava pelas ruas de Belém até ontem sem saber direito o significado do plebiscito, que poderá dividir o Pará em mais dois outros territórios. Nascido e criado na capital, Souza só pensa no dia em que poderá colocar a família no carro, cruzar o País e conhecer o Rio de Janeiro. "Dizem que é lindo, né", sonha o paraense de cabelos bem brancos, com a cabeça bem longe da disputa que separa o Pará.
Saiba mais sobre o plebiscito que poderá dividir o Pará



Carajás, Tapajós, separação, nada disso tinha sentido para ele até que familiares e amigos explicaram o que estava em jogo. Mesmo assim, não quer saber de entrar na discussão. "Vou votar porque é obrigatório. E nem sei quem votar", reconheceu ele na véspera do plebiscito.
Souza é retrato de uma parte dos paraenses, à margem da acirrada polêmica que poderá repartir a "sentinela do norte", como o Pará é conhecido nos versos do hino estadual. A outra parte, acabou se envolvendo de uma forma ou de outra. Em Belém, adesivos e a bandeira vermelha, com a faixa branca cruzada e a estrela azul no meio, tomou conta da cidade. A capital concentra os eleitores contrários à divisão. Em meio ao movimentado mercado do Ver-o-Peso, o ponto mais tradicional cidade, Gildo Costa, 42 anos, vendedor de água e refrigerante, colou adesivos e adornou as caixas de isopor com as cores da bandeira paraense. "Não conheço ninguém que quer a separação aqui. Isso é tudo politicagem. Tem que saber votar. É não na cabeça", afirmou o ambulante, que contava com o apoio maciço de outros vendedores do mercado, conhecido pelo produtos regionais.
No último dia de campanha, a Frente pró-não organizou uma carreata pelas ruas de Belém, escolhendo a região do bairro Terra Firme, um dos mais pobres da cidade, para chamar atenção dos eleitores mais desavisados. Ao som de um jingle tecnobrega, ritmo com raízes paraenses, o 55, o número do Não na urna, era executado à exaustão. "É 55, é 55, é não e não", pulsavam as caixas do trio elétrico.
A força do Sim está no interior
Na capital, o Sim pouco aparece. São apenas algumas bandeiras espalhadas pelos canteiros. No interior, porém, a mobilização pela divisão se fortifica, principalmente nas possíveis futuras capitais, Marabá e Santarém. As bandeiras amarelas com o 77, o número do Sim para a criação tanto do Carajás quanto de Tapajós, aparecem até em meio às dezenas de rios que cortam o Estado. Na sexta-feira, manifestantes favoráveis ao Estado do Tapajós bloquearam o porto de Santarém, impedindo o tráfego de navios carregados com bauxita. As canoas com motor de popa, conhecidos como Bajaras, enfeitadas com as cores da mobilização, trancaram a passagem das embarcações que transportavam o produto da mineradora Rio Norte. Segundo os separatistas, o protesto chama a atenção para o modelo econômico, que retira as riquezas da região praticamente sem retorno para a população.
Num último esforço para atrair eleitores para o Sim, as frentes pró-divisão tiveram concedido pelo Tribunal Regional Eleitoral o direito de resposta, hoje à noite, em contraposição ao pronunciamento do governador Simão Jatene (PSDB), na última terça-feira. Pelo acordo, a frente Pró-Tapajós terá três minutos de inserção nos rádios, e a frente Pró-Carajás terá dois minutos e meio para se pronunciar na TV.
O plebiscito
A votação ocorrerá neste domingo, entre 8h e 17h (hora local, no Estado não há horário de verão). No Plebiscito, os eleitores paraenses vão responder a duas perguntas: "Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado de Tapajós?" e "Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado de Carajás?". Caso a resposta seja "Sim", o eleitor deverá digitar o número 77 e, em seguida, teclar "confirma". Se a resposta for "Não", o eleitor deverá digitar o número 55 e confirmar o voto.
Os eleitores que não votarem no plebiscito terão 60 dias, após a realização da consulta popular, para apresentar à Justiça Eleitoral a justificativa de ausência. A exigência poderá ser cumprida em qualquer cartório eleitoral do País até o dia 9 de fevereiro de 2012.
No dia da votação no Pará não haverá postos de justificativa nos demais Estados brasileiros e no Distrito Federal. Portanto, o eleitor inscrito em municípios paraenses que estiver em outra unidade da Federação só poderá apresentar a justificativa a partir de segunda-feira (12 de dezembro). Não haverá voto em trânsito. Já o eleitor do Pará que estiver no Estado, mas num município fora de seu domicílio eleitoral, poderá justificar no próprio dia da votação, em um posto de justificativa, ou no cartório eleitoral nos 60 dias seguintes.
Fonte:UOL

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