RIO - Dez anos depois de ter se apresentado no Rock in Rio 3, Britney Spears voltou a subir ao palco no Rio de Janeiro na noite de terça-feira, na Apoteose, não mais com o título de maior estrela do momento que tinha em 2001, mas como a prova viva de que é possível ter uma segunda chance noshowbizz. Em 1h15m de show, que começou pontualmente às 21h (com direito a uma contagem regressiva de precisão impressionante para padrões cariocas), a eterna “princesinha do pop” contou com o apoio massivo de seus fãs para mostrar ao mundo que é uma estrela que veio para ficar.
No palco da turnê “Femme fatale”, a cantora parece querer deixar o passado para trás. O setlist privilegia as faixas de “Blackout”,“Circus” e do CD que dá nome ao show, discos que sucederam a má fase pessoal de Britney e marcam sua “volta por cima” no mundo pop. Do repertório apresentado no Rock in Rio de 2001, só duas músicas restaram: “Baby one more time”, com apenas um trecho cantado, e a balada “Don’t let me be the last to know”.
Mãe de dois filhos e tentando manter uma vida tranquila depois de uma fase turbulenta, Britney não ostenta mais as coreografias elaboradas e o corpinho escultural do início da carreira, o que ela compensa dignamente com muito carisma e um repertório recheado de hits. Mas se no palco a energia não é mais a mesma de uma década atrás, não se pode dizer o mesmo do público.
Os fãs de Britney são um show à parte. Dedicados, eles vão muito além de comprar merchandise e cantar todo o repertório: defendem a musa com unhas e dentes.
- Depois de tudo que ela passou, as pessoas não podem ficar fazendo essas críticas. Já briguei com duas amigas por causa dela. A gente está aqui para defender - contou a estudante Núbia Vieira, de 16 anos.
Com camiseta e faixa com o nome da cantora, Patrick Gomes Rocha, de 17 anos, também entrou na defesa de Britney:
- O que ela cantou, cantou bem e o que ela fez playback, fez bem também. Ela chegou até aqui com muita força de vontade e vai continuar se superando - argumentou.
A estudante Virgínia Freitas, de 17 anos, que cresceu ouvindo Britney Spears, tentou explicar tanta dedicação:
- Amor como o nosso não existe em nenhum outro país. A gente quer sentir o carinho dela assim como ela vai sentir o nosso. Mesmo quem não é fã vai ver que não tem como apagar a estrela dela - disse ela, minutos antes do começo da apresentação.
A tanta paixão, Britney retribuiu como pôde. Na canção “Lace & leather”, chamou para o palco o estudante piauiense Getúlio Cavalcante, de 19 anos, escolhido através de uma promoção no Facebook para participar da coreografia, com direito a algemas e poá cor-de-rosa. Mais tarde, em “I wanna go”, puxou mais oito felizardos para dançarem com ela, enquanto declarava seu amor ao Rio e mostrava uma bandeira do Brasil.
O ponto alto da demonstração de carinho dos fãs veio na última música do show. No refrão de “Till the world ends”, maior sucesso do novo disco, centenas de cartazes pipocaram na plateia reproduzindo o “Oh oh oh” do refrão (assim como os fãs de Paul McCartney fizeram com o “Na na na” de “Hey Jude” no Engenhão), a que Britney respondeu com um sorriso surpreso.
Com mais de 230 apresentações da cantora no currículo, o americano Alex Ceslik, de 25 anos, veio ao Rio de Janeiro para assistir seu 41º show da turnê “Femme fatale” e admitiu que não há paixão por Britney como a dos brasileiros:
- Os fãs brasileiros são muito diferentes dos americanos. Eles são os mais apaixonados. Britney desperta essa reação porque ela mostra que você
pode ficar por baixo e dar a volta por cima. Ela é humana, como todos nós.
Fonte:O Globo
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